Por Robson Guimarães José Filho
Buscando matérias de relevante interesse para o idoso, encontrei um curioso relato de Sueli Gehlen Frosi, publicado em diversos meios de publicação, tais como O Diário da Manhã, O Nacional e a Zero Hora.
Antes de passarmos ao texto da referida autora, lembremos o que fala o estatuto do idoso a respeito do atendimento preferencial aos idosos:
"Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população;.."
Podemos, dessa forma, responder de imediato à pergunta feita no título desta postagem. Mas vejamos que uma parte da população não pensa assim:
Esta semana precisei de um medicamento em uma cidade do nordeste, tarde da noite, estava muito quente dentro da farmácia, o que piorava meu mal estar e a fila era enorme. Vi que não aguentaria e pedi um caixa para idosos. Fui orientada a passar na frente de todo mundo, o que fiz a contragosto e constrangida. Um senhor abordou o caixa que me atenderia e disse que não concordava com a deferência e disse que havia mais idosos na fila. O caixa, ciente do Estatuto do Idoso, pediu que os idosos passassem à frente, o que irritou mais ainda o dito senhor, que, indelicadamente, afirmou que dali em diante levaria sua avó para as filas que teria de enfrentar.
Fui atendida, como era certo, mas a ironia de que fui vítima me incomodou sobremaneira.
Contei o caso a um gerente de banco e ele me esclareceu que as filas dos idosos são um engodo e que a lei manda dar prioridade ao idoso, às gestantes e aos portadores de necessidades especiais, só isso. Portanto, não há necessidade de filas, mas há necessidade de que as pessoas que compõem as filas, assim como os caixas de bancos, farmácias, supermercados, lojas e todos os estabelecimentos que recebem pessoas, compreendam que ceder lugar aos que necessitam, nos torna melhores, mais humanos e mais gentis.
Logo, logo seremos muitos velhos, as estatísticas mostram isso e se não formos mais civilizados, o trabalho de pessoas como o da doutora Zilda Arns terá sido inútil.
Há quem diga que as pessoas só conhecem seus direitos e não seus deveres, o que encoraja alguns a se referirem a crianças, como se crianças tivessem voz para reivindicar seus direitos. Elas necessitam do nosso discernimento adulto para que sejam respeitados e cuidados devidamente. Há velhos que também perderam sua capacidade de discernimento e curvam-se às exigências de estabelecimentos que não os protegem, mas os sacrificam ainda mais.
Portanto, espero que as pessoas vulneráveis saibam que têm prioridade e que não necessitam enfrentar filas, mesmo as especiais, às vezes longas demais e que ninguém se valha da sua avó para desvirtuar o que veio para facilitar a vida de muitas pessoas."
E você? O que pensa dos atendimentos prioritários aos idosos? O que acha de pessoas que não respeitam os idosos? Deixe sua opinião em nosso blog!
Esse é um caso sério, pois vejo diariamente pessoas utilizando esse direito indevidamente. Sou caixa de banco e atendo cerca de 50 idosos por dia e garanto que mais da metade são usados para fazer serviços de familiares e empresas, sei de uma empresa que tem tres idosos que são usados para serviços de banco. Como as pessoas desconhecem o bom senso creio que somente um disciplinamento da lei das filas em conjunto com o estatuto do idoso poderia por ordem nisso. Se o atendimento ao idoso fosse realmente para o idoso as filas destes seriam bem menores tenho certeza.
ResponderExcluirO escritor desse artigo precisa entender que vários outros "engodos" gerados por essa lei. Primeiramente vamos lembrar que TODAs as pessoas que estao numa fila merecem ser atendidas, não somente idosos. Já passei por situação de esperar horas numa fila porque sempre que estava prestes a chegar a minha vez, chegava um idoso. E aí?? E eu, que sou uma cidadã, peguei a fila e espero por minha vez?? A minha vez não chega nunca?? E se o objetivo da lei é proteger pessoas com saúde debilitada, qual o sentido da sua aplicação em bares, estádios, restaurantes?? Já cheguei ao cúmulo de presenciar um senhor idoso utilizando-se de sua condição "preferencial" para furar a fila da cerveja no estádio! Enquanto eu esperava na fila ele foi atendido, tomou sua cerveja e voltou para a cabeceira da fila inúmeras vezes, completamente embriagado! Onde está a dita "fragilidade" desse sujeito que justifica furar a fila?? Se está tão debilitado, o que foi fazer em um estádio?! Ora, vamos deixar de ser hipócritas e de vomitar regrinhas do politicamente correto! A aplicação dessa lei em locais de lazer em que o sujeito vai por seu arbítrio pessoal é uma palhaçada! Sou contra e tenho coragem de dizer que o sou, não me intimido com o policiamento do politicamente correto, e a maioria pensa como eu! Essa lei precisa ser revisada e regulamentada sua aplicação, que não pode, de forma nenhuma, continuar da forma indiscriminada como está, gerando abusos!
ResponderExcluirEstamos caminhando para nos tornarmos uma nação idosa, com a maioria da população nesse grupo etário. E aí?? Os outros jamais terão vez??
Grande verdade. Mais interessante é que na maioria dos paises ditos desenvolvidos isso não existe. Todo mundo tem avó ou avô e frequentemente a gente vê que eles precisam de uma preferência mesmo. O que acontece é que hoje a lei é muito vaga e ampla de modo que beneficia um monte de gente q não precisa. Sério mesmo que 60 anos é idade pra preferencial? Vsf o que eu vejo de "idoso" de 60 anos saudável furando fila (pior ainda se for pra lazer). Não atoa tiveram que fazer uma gambiarra na lei e criar a preferência pra mais de 80 anos pq viram que um monte de gente que realmente necessita da preferência tava tendo que esperar os bonzoes de 60 anos. Pior é quando ainda levam uma penca de acompanhantes. Estou numa fila de espera de um restaurante e acabou de passar um "idoso" com mais 7 acompanhantes. Obviamente é um idoso bem saudável, aspecto de forte. Mas pra fila do lazer tem prioridade...
ExcluirNa minha visão respeitar o idoso é fundamental. Mas para toda regra há uma ecesão, portanto na minha opinião deve sim existir a fila do idoso sim mas com restrição que paguem só suas contas e não das vizinhança.outro porém que acredito que funcionaría legal... duas filas únicas pra cada categoria de idade e ir intercalalando. Acredito que teria menos insatisfação. Neide idosa
ResponderExcluirA Lei devia ter vindo para proteger pessoas idosas com saúde debilitada que são aquelas acima dos 70 anos de idade, mas não, nossos deputados como "uma raça desgraçada" que são, viram que após os 70 o voto não é mais obrigatório e por isso não ganhariam votos, aí resolveram o problema "criando" a figura do idoso com 60 anos! Você vê os tais "idosos" com sua roupa de ginástica, caminha e corrida sendo privilégiados em todo lugar em detrimento de gente com menos de 50 que visivelmente tem saúde muito pior. Uma vergonha, quem é idoso de verdade dificilmente sai de casa, anda com dificuldade, essa leizinha hipocrita é apenas mais um privilégio dada a uma geração que aposentou cedo e com muita saúde, já para os mais jovens restará a aposentadoria aos 70 anos como quer o governo, ou seja, para estes aos 60 anos não serão idosos, já que deveram trabalhar até os 70.
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